Racismo Ambiental
O conceito de Racismo Ambiental foi cunhado nos EUA dos anos 80, pelo Dr Benjamin Franklin Chavis, líder afro-americano do movimento de direitos civis.
Esta ideia começou por apontar as desigualdades ambientais e ecológicas entre as áreas urbanas e as áreas periféricas, sobretudo depois do “êxodo branco” — comunidades brancas abandonam a zona quando esta começa a ser culturalmente mais diversa.
Com o passar do tempo, o Racismo Ambiental passou a englobar quaisquer políticas ou práticas ecológicas que resultem em desvantagem para as pessoas racializadas.
Estas desigualdades podem ou não ser intencionais
Por exemplo, todas as leis que direcionam a construção de resíduos tóxicos perto de zonas de habitação de comunidades racializadas.
De um ponto de vista global o Racismo Ambiental também pode significar as relações ecológicas e ambientais entre o norte e o sul do planeta, como efeitos da globalização.
É uma discriminação está muito ligada a questões sociais e económicas, e à conexão com o Sul Global. Não só porque muitas das sociedades no Sul Global sofreram historicamente com colonialismo, pobreza e exploração, também ficaram economicamente dependentes de indústrias poluentes. Muitas multinacionais passam as suas operações mais poluentes para estes países fazendo efetivamente transferência de poluição, e deixando essas sociedades já frágeis, expostas aos impactos mais negativos destas atividades.
A extração de lítio, para as baterias dos carros, dos telefones, e tudo mais, tem sido um tema cada vez mais abordado com esta perspetiva, já que na maioria das vezes as comunidades locais ganham zero com o processo. O racismo ambiental está intrinsecamente ligado às desigualdades sociais e económicas.