Inteligência Artificial & Pensamento Humano

Por Pedro Garcia-Marques

Os recentes desenvolvimentos da inteligência artificial (IA) deram às máquinas a capacidade de realizar tarefas impressionantes. Com todo este entusiasmo, é fácil assumir que um comportamento semelhante ao humano significa uma compreensão semelhante à dos humanos, mas será que as máquinas pensam e aprendem verdadeiramente como os humanos?

“Penso, logo existo”… será?

Enquanto os humanos possuem uma intrincada rede de pensamentos, emoções e imaginação, o pensamento da IA está limitado a algoritmos programados. Nós ponderamos, sonhamos e temos momentos de brilhantismo, enquanto a IA se baseia apenas no seu código e informação recebida. Nós pensamos, as máquinas computam.

Sentimentos: Raciocínio além da lógica

As emoções são a essência da nossa humanidade. Do medo ao amor, dá alegria à tristeza, percebemo-las e experienciá-las através do nosso corpo. A IA carece desta ligação visceral, incapaz de sentir o pico de adrenalina ao enfrentar um perigo ou a dopamina do amor. As nossas emoções estão incorporadas no nosso processo de pensamento e decisão, elevando o nosso raciocínio para além da lógica.

Imaginação: Onde a criatividade ganha vida

A imaginação distingue-nos. Permite-nos imaginar o que ainda não existe e abraçar possibilidades ilimitadas. Embora a IA seja excelente no reconhecimento de padrões, falta-lhe a capacidade de sonhar com novas ideias ou de ter explosões súbitas de inspiração. A nossa imaginação não conhece limites, alimentando a inovação e a arte.

O poder da aprendizagem humana

A aprendizagem humana transcende a mera computação. Está interligada com as nossas sensações físicas, memórias e experiências. Não estamos limitados a dados ou algoritmos que nos fornecem — a maior parte da aprendizagem humana é “não supervisionada”, o que significa que não nos é explicitamente dito qual é a resposta “correcta” para um determinado estímulo. Descobrir isso pela nossa própria experiência!

Em conclusão, embora a IA impressione com as suas capacidades, fica aquém da profundidade e riqueza da cognição humana. Devemos utilizar assim as nossas mais valias, deixando processos automáticos e repetitivos para as máquinas e a imaginação e criatividade para cada um de nós.


Carlos Costa